David
O nome Jaime Orti martela na minha cabeça como uma sirene de alerta. O homem é uma bomba relógio, e cada interação com ele é um lembrete de que o tempo está correndo. Encosto no capô do carro, os braços cruzados, enquanto espero Darlan sair do prédio da faculdade.
Meu irmão aparece minutos depois, os passos lentos e calculados, mas o aperto de mão que trocamos carrega uma tensão que não conseguimos ignorar.
— Jaime continua o mesmo filho de chocadeira de sempre — ele solta, acendendo um cigarro com a calma de quem já esperava o caos.
— Cada vez mais estranho quando se trata da família. — retruco, o olhar fixo no horizonte.
— Você viu o jeito como ele olhou para a Luna?
Darlan assente, soltando a fumaça devagar.
— Vi. Aquilo me deu nos nervos. Mas sabe o que é pior? Ele fingir que não nos conhece.
— Me fala a verdade, bastardo!
— Já aconteceu algo entre você e a Luna?
— Claro que não David, eu até já tentei, mas ela é osso duro de roer, nunca me deu mole, na verdade nem a mim,