David
Fingir que não estou aqui? Nem pensar. Lizandra pode tentar me ignorar, mas sabe que não sou do tipo que se deixa de lado tão facilmente.
— Lizandra.
Nada. Nem um olhar.
— Me acompanhe.
Ela revira os olhos, pegando os livros como se eu fosse um incômodo passageiro.
— David, me deixa em paz.
Me inclino ligeiramente, deixando minha voz baixa, mas firme.
— Não quer mesmo discutir aqui. Sabe que precisa de silêncio na biblioteca.
Vejo a fúria crescer nos olhos dela. O ódio. E, ainda assim, aquele arrepio involuntário que denuncia o que ela não quer admitir. Ela segura os livros com força, os dedos apertados nas capas, e me encara. Sei que venci essa.
— Pisa leve. — Provoco, deixando um sorriso sarcástico escapar.
Ela anda na minha frente, pisando firme, contrariada, enquanto a sigo até uma das salas reservadas. Assim que a porta se fecha, ela se vira, a raiva brilhando em seus olhos.
— O que você quer, David? Não é o bastante ter me feito de idi0ta? Agora quer brincar mais um pouco?