AliceAcordo com um sorriso satisfeito estampado no rosto, reflexos da noite passada, mas antes que o dia realmente comece, há um momento de completa cumplicidade entre Alicia e eu. O chuveiro despeja a água quente sobre os nossos corpos ainda sonolentos, e enquanto ensaboamos a pele, trocamos olhares cúmplices e risadas abafadas. A lembrança da noite quente com os gêmeos Lopez, ainda está vívida em nossa mente, e só de pensar no que aconteceu no galpão, sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo.— A língua do Leyan é maravilhosa! — Alicia suspira, apoiando a cabeça contra o azulejo, com um sorriso malicioso nos lábios.Eu rio, jogando um pouco de água em sua direção. — Você acha? Eu duvido muito que seja melhor que a do Luan.— Luan é muito gostoso, tem uma pegada ontensa e sabe como incendiar o meu corpo.Ela gargalha e balança a cabeça. — Eles são idênticos, Alice, provavelmente são igualmente bons nisso.— Nem tudo nos gêmeos é idêntico — murmuro, mordendo o lábio, e nos entr
Liana Romanov LambertiniCarros pretos e robustos seguidos por outros tantos que traziam seguranças em um esquema digno de reis. Não era apenas uma visita familiar, era um encontro de titãs. Eu estava ali, a caminho da mansão Lambertini, meu coração acelerado de emoção e alívio, esperando a minha mãe, os meus irmãos e sobrinhos. Nosso encontro no Hangar foi breve, mas agora era hora de matar a saudade.Alexander Romanov, o primogênito, desceu primeiro, a imponência no olhar de um Don russo, mas ao me ver, aquele semblante duro se suaviza mais uma vez. Minha cunhada Elisabeth, sempre elegante, surgiu ao lado dele, com George e Geovane logo atrás, dois jovens moldados pela firmeza e disciplina das suas raízes, mas com um brilho curioso no olhar ao pisarem no território Lambertini. O elo? Eu, Liana Romanov Lambertini.Logo depois, Maxim, meu irmão do meio, apareceu, acompanhado de Astrid e dos gêmeos Luan e Juan. O tempo não havia apagado os traços de menino que eu ainda enxergava neles
DerickO cheiro de pólvora queimada preenche o ar. O meu coração bate tão rápido que parece querer romper o meu peito. O motor do carro ruge sob minhas mãos, enquanto mantenho uma distância segura do veículo de Lizandra. Ninguém avisou a ela que a família estava prestes a explodir em ação a qualquer momento? David decidiu mantê-la longe do estresse, especialmente agora, tão perto de dar à luz. Mas algo não está certo.Agradeço a Deus o momento, porque estou seguindo Lizandra a uma certa distância, mas o real motivo?Sei que o filho da putta do David está escondendo Nara e uma forma mais fácil de encontrar a minha mulher, seria seguir Lizandra, ainda tenho esperança de encontra-la, preciso olhar aqueles olhos e implorar o seu perdão, mesmo que seja a última coisa que eu faça em vida.No visor do meu painel, acompanho o sistema de áudio e vídeo que instalei nos carros dos Lambertini. Giovani está ao volante, Jéssica ao lado, e Lizandra no banco de trás. Calma. Tranquila. Ela não faz id
David O telefone vibra furiosamente na minha mão, e a voz de Derick explode do outro lado da linha.— David, larga tudo. — O tom dele é uma lâmina afiada.Meu peito se comprime. — O que aconteceu?— Algo errado na rodovia. Acho que vão sequestrar a Lizandra.— O quê?! — rosno, derrubando a cadeira ao me levantar. — Porrah, Derick! Ela está prestes a dar à luz! Tem certeza?— Calma, David!— Calma um karalho, Derick!— Estou me aproximando do carro dela! A linha cai. Sem tempo para perguntas. Pego a minha pistola, e uma sub metralhadora, visto o colete e saio como um raio.Saio a passos largos, minha voz é um trovão pela casa.— Darlan! Pai!Don Vittorio aparece no corredor, frio e implacável como sempre. Ele não precisa de explicações, apenas acena com a cabeça.— Liana, prepare o helicóptero — ordena o meu pai.— Não precisa acordar a sua família, Liana, eles estão cansados da viagem!As gêmeas Alice e Alícia surgem, cada uma carregando os seus fuzis CZ 750 customizados, pintados
DavidO cheiro de pólvora e sangue ainda impregna minha pele, mesmo depois de horas. A estrada à nossa frente se estende como um caminho de volta à sanidade, mas dentro de mim, tudo está em chamas. Lizandra está sentada ao meu lado no carro blindado, e a escolta nos cerca como um cerco de proteção invisível. Meus dedos tamborilam impacientes contra o volante, enquanto revisito cada segundo do ataque, cada tiro disparado, cada erro que nos colocou naquela situação. Derick levou a pior, mas está vivo. Vivo e enfrentando a fúria de Clara Horn, e sei que isso não é para qualquer um.Raissa, que nos acompanhou até aqui, se despede com um sorriso satisfeito, depois de ter arrastado Derick pelos corredores do hospital como se ele fosse uma criança levada, ele agora terá que entender que Raíssa agora é uma autoridade da máfia, uma médica e autoridade médica na família é incontestável. Lizandra, exausta, aperta minha mão de leve, seu toque me trazendo de volta ao agora.— Finalmente em casa.
AliceA adrenalina corre pelas minhas veias como fogo líquido. O som ecoante das nossas botas pelo galpão frio da sede da máfia, parece quase musical. Eu e Alícia caminhamos lado a lado, como se fôssemos uma só pessoa, dois lados da mesma moeda. Hoje, a moeda está virada para o lado mais sombrio.Don Vittorio nos autorizou a visitar Marco Sila. Com uma ressalva, é claro: ele precisa permanecer vivo. Por enquanto.Geovane nos acompanha, encostado na parede, o maxilar travado e os olhos atentos. Ele está ali para segurança, mas também para se certificar de que a gente não passe dos limites. Como se houvesse limites quando se trata de um estuprad0r.Ao abrir a porta da cela, o cheiro de suor, sangue seco e medo é quase sufocante. Marco Sila está uma bagunça humana. Quando o boato de que havia um estuprad0r preso aqui se espalhou, diversos soldados vieram contribuir. Digamos que cada um fez questão de deixar a sua marca na alma e no traseiro de Marco.O rosto está inchado, um dos olhos c
AlíciaEu sou Alícia Lambertini, e hoje, o inferno tem um novo artista.Marco Sila está diante de mim, ou o que sobrou dele. Um amontoado de carne pulsante, despido de orgulho, já sem dignidade. Cada gemido que escapa dos seus lábios rachados é como uma música macabra que embala o meu próximo movimento. Eu não sou cruel sem motivo. Sou a justiça de um nome, a vingança de uma família.Alice e eu estamos lado a lado, como sempre. Duas metades de um mesmo todo, duas faces de uma mesma moeda. Ela brinca com os espetos, cravando-os como se decorasse um bolo de aniversário, enquanto eu deslizo os dedos pelo couro do chicote. Sinto a textura firme, a promessa da dor gravada em cada fibra.— Agora é a minha vez, Marco — minha voz sai como um sussurro frio. — Vamos ver como você reage ao toque da minha arte.Ele arregala os olhos, mas não tem forças para lutar. Está acorrentado, humilhado, estuprad0, pelado, reduzido a nada. O chicote corta o ar, estalando contra sua pele já perfurada pelos e
Alícia— Sabe Marco, eu te acho velho demais para tamanha inocência e há uma coisa que você precisa saber sobre mim: eu nunca deixo uma dívida sem pagamento. você ousou tocar no nome da minha família, ameaçou as mulheres que eu amo, e agora está aqui, despido, desonrado e à mercê das minhas mãos.O ambiente no galpão é pesado, saturado pelo cheiro metálico de sangue e suor. O corpo de Marco está estirado sobre a maca, cada parte dele marcada pela nossa "arte". Eu respiro fundo, sentindo a adrenalina correr nas veias, e dou um sorriso de canto ao ver minha irmã, Alice, girar a marreta manchada de sangue. Geovane nos observa, ainda segurando o próprio saco como se quisesse garantir que nada dele acabaria como o de Marco.Mas ainda não terminamos.Sem desviar o olhar do rosto desfigurado de Marco, caminho até a mesa de instrumentos e pego a sonda, ou como gosto de chamar, a sonda do amor. É um tubo metálico, grande, grosso, feito para penetrar os valentões, mas hoje, seu propósito será m