Lizandra
A vida parece suspensa por um fio tênue entre o normal e o caos. Meu coração bate com um ritmo estranho enquanto termino meu café da manhã. O sabor do pão na boca é indiferente, e meu suco de laranja está quase intacto. Os últimos dias têm sido uma mistura de emoções desencontradas e silêncios que gritam na minha cabeça. É nesse estado que a porta se abre, e Daniel Malta atravessa a soleira com aquele jeito confiante.
— Pronta? — pergunta ele, ajustando a alça da mochila no ombro.
Não respondo. Apenas pego meus livros e sigo em silêncio até o carro. Daniel, como sempre, abre a porta do passageiro para mim. A gentileza dele me provoca um nó na garganta. Eu queria que tudo fosse mais simples. Queria não carregar tantos segredos.
No caminho para a faculdade, Daniel coloca uma playlist animada. A música preenche o espaço, e nossa conversa flui naturalmente. Ele me faz rir com uma piada sobre um professor que usa gravatas extravagantes. Por um momento, consigo me esquecer da confu