Emily Carter, uma estudante de Letras lutando para sustentar seu irmão em uma clínica psiquiátrica, aceita trabalhar como massagista em um clube de luta clandestino. Lá, ela conhece o enigmático Dragão, um lutador com um segredo sombrio. Descobre-se que ele é Christopher Donovan, o poderoso e implacável CEO da empresa onde ela começa a trabalhar como tradutora. Dividida entre a atração pelo lutador e o fascínio pelo CEO, Emily se vê envolvida em uma perigosa e intensa teia de emoções.
Ler maisNova York
Tygor, o gerente do clube de luta, inclinou-se na cadeira, os olhos deslizando lentamente pelo meu corpo. Seus lábios se curvaram em um sorriso predatório, senti um arrepio de desconforto percorrer a minha espinha. Meus olhos buscaram desesperadamente por Lindsey, que apenas ria despreocupada do outro lado do camarim. — Passe um batom vermelho e seja bem-vinda ao "Covil"! Ele se retirou e Lindsey veio correndo até onde eu estava. — Eu sabia que você conseguiria, olha esse cabelo, essa pele, você é perfeita amiga — Lindsey exclamou, seu entusiasmo quase contagiante. Mas, enquanto eu olhava meu reflexo no espelho, tudo o que via eram as olheiras escuras de noites sem dormir, preocupada com Daniel e com as contas acumulando na mesa da cozinha. — As pessoas aqui gostam muito de vermelho — falei enquanto passava o batom, esfregando os lábios pra cor ficar uniforme — vermelho sangue! Lindsey deu uma risada escandalosa. — Agora vamos fofa, que o Tygor já está de olho em nós. Que eu não encontre nenhum pai de um futuro aluno meu, pensei enquanto fazia o sinal da cruz e saía do camarim para a área ao redor do ringue, onde as pessoas se aglomeravam. — Enquanto nenhum lutador chamar, a gente serve drinques para o público — Lindsey me instruía. — Ainda não tenho certeza se eu deveria ter te escutado — comentei, observando o lugar. De um lado do ringue havia umas mesas pequenas, provavelmente reservadas para os clientes vip, em torno do ringue havia uma arquibancada que formava uma meia lua, para os demais apostadores, o ambiente tinha uma atmosfera violenta que me assustava. — Aquela é a Melissa, ela recolhe o dinheiro das apostas. Ela não faz massagens e jura que recusou até mesmo um convite do Dragão, eu duvido. — Quem é Dragão? — Você vai ver, é ele quem vai fazer a última luta de hoje. Ah, detalhe importante, não se aproxime dele em momento algum, ele é um gostoso, mas um grande babaca. Ele nunca chamou nenhuma garota, então se concentre no adversário dele, eles ficam arrasados, e normalmente chamam várias meninas para massagear o ego deles, que foi pisoteado. — Você é má, Lindsey Lorrane! — a provoquei, eu sabia que ela detestava o segundo nome. — Shhh, nunca mais diga esse nome aqui, ou eu contarei todos os seus segredos mais nojentos — Lindsey fez um biquinho e ambas fomos chamadas ao trabalho. As horas passavam rápido, enquanto eu andava de um lado para o outro servindo bebidas e ouvindo gracinhas. Durante um breve momento de descanso, encostei-me na parede e deixei a minha mente vagar. O peso das dívidas pressionava o meu peito, cada centavo ganho aqui era uma tentativa desesperada de garantir o tratamento do meu irmão. As gorjetas generosas ofereciam um lampejo de esperança em meio ao caos financeiro que eu enfrentava. O trabalho na cafeteria durante o dia pagava muito pouco, só com as gorjetas dessa noite eu ganhei o salário de uma semana, eu estava empolgada, e Lindsey me avisou que o melhor viria quando as lutas acabassem, muitos homens queriam massagens, lutadores ou não. Um novo alvoroço iniciou e eu sabia que mais uma luta iria começar, apesar de estar concentrada em não cair enquanto atravessava o salão de salto alto com a bandeja na mão, eu pude ouvir a empolgação do locutor ao anunciar a entrada do Dragão. Ótimo! Significava que era a última luta da noite, e que o meu trabalho estava perto do final, com um pouco de sorte, conseguiria dormir antes de ir para a cafeteira. Não consegui evitar a curiosidade em olhar para o homem que entrava no ringue, Lindsey me disse que eu acostumaria com a pancadaria, mas confesso que passei a noite inteira evitando aquela direção. O Dragão andava calmante no ringue, a cabeça baixa, ele utilizava uma máscara igual ao do Zorro, cobria a região em volta dos olhos, haviam dois furos, para que pudesse enxergar. No peito havia uma tatuagem de um dragão, ele era musculoso, mas não tão grande quanto o seu adversário, senti um frio na barriga quando o sino tocou anunciando o início da luta. — Ei, loira! Cadê a minha bebida? — um homem gesticulava com as duas mãos pra mim. Mas, eu estava completamente entretida na luta. O Dragão tinha algo diferente, talvez o jeito que ele lutava ou o corpo definido em conjunto com o maxilar perfeito. Não deixe esse idiota acertar o seu queixo! Senti uma onda de tensão invadir o meu corpo. Quando o grandão finalmente caiu, os músculos do meu corpo relaxaram. O Dragão se aproximou do público para comemorar a vitória e eu dei um sorriso enorme, torcendo pra que ele retirasse a máscara. — Traz a minha bebida! — o homem gritou novamente, e eu caminhei sorridente até ele. As lutas haviam terminado, mas o meu trabalho pelo jeito ainda não, Tygor vinha caminhando apressado na minha direção. — Volte ao camarim, retoque esse batom, dê uma ajeitada no cabelo, suba as escadas a direita e vá para o camarim um, alguém precisa de uma bela massagista, não de uma garçonete descabelada. — Ah tá — respondi insegura. Eu não sabia muito bem como aquilo iria funcionar, ainda assim segui passo a passo como me foi ordenado. Eu podia escutar o burburinho das garotas empolgadas se retocando, soltei o cabelo, repassei o batom e subi as escadas. Um carpete vermelho forrava todo o piso, e o meu salto alto parecia afundar levemente, enquanto eu pisava, placas douradas marcavam a numeração dos camarins dos lutadores, no final do longo corredor estava o número 1. Respirei fundo e bati na porta. — Entre! — ouvi a voz soar do lado de dentro. O homem estava olhando pela janela, a luz suave da lua delineando os seus músculos bem definidos sob a calça de moletom preta e a blusa de capuz. Quando ele se virou, seus olhos azuis, quase elétricos, perfuraram os meus. Ainda usando a máscara, ele exalava uma mistura de perigo e fascínio que me deixou intrigada. — Eu sinto muito, eu me confundi. É o meu primeiro dia, com certeza devo ter entendido errado o número do camarim, o barulho lá fora... me desculpe! — senti o meu rosto corar, enquanto me lembrava das palavras de Lindsey, sobre ficar longe do Dragão. — Sente-se! — sua voz soou firme, quase hipnótica. Eu obedeci, sentindo o meu coração acelerar. Retirei um pote de massagem de dentro da minha bolsa, minhas mãos tremendo ligeiramente. Ele se aproximou lentamente, cada passo seu parecia ressoar no silêncio tenso do camarim. — Qual essência prefere? Lavanda? Camomila? — Senhorita Emily, não te chamei pela massagem! Eu quero... companhia — suas palavras foram acompanhadas por um sorriso enigmático. Ele caminhou até o frigobar, pegou duas garrafas de cerveja e me entregou uma, o toque de seus dedos brevemente, encontrando os meus, enviando um arrepio inesperado pela minha pele. — Foi uma longa noite, acho que você merece um descanso, bebe comigo... — Ah sim, eu aceito — respondi completamente confusa. O Dragão podia ser feroz e violento no ringue, mas ali, em sua companhia, ele mostrou um lado surpreendentemente educado e divertido. — Emily Carter, espero você na semana que vem — sua voz soou baixa e envolvente. Ele se inclinou e os seus lábios roçaram suavemente o canto da minha boca. Um arrepio percorreu a minha pele, deixando um rastro de desejo e uma promessa de algo mais. Eu fiquei ali, paralisada, enquanto ele se afastava, deixando-me ansiosa pelo nosso próximo encontro.Christopher As algemas estalaram com um som nítido, prendendo os pulsos de Emily juntos acima de sua cabeça. Observei seu corpo reagir à restrição, um misto de tensão e antecipação. Sua respiração estava pesada, seu corpo completamente vulnerável, exatamente como eu queria. — Agora você vai aprender o que é estar à mercê de alguém, — sussurrei, meus lábios roçando a orelha dela, enquanto minhas mãos exploravam sua pele macia, descendo lentamente até a curva de suas costas. Sua pele arrepiava sob meu toque, e um sorriso predatório se formou nos meus lábios. Eu a virei, posicionando-a de quatro sobre a cama, as algemas a mantendo presa. Minha mão percorreu suas costas antes de desferir um tapa forte em sua bunda, o som ecoando pelo quarto. O corpo dela tremeu sob o impacto, e ela soltou um gemido abafado. — Grite o quanto quiser, — murmurei, minha voz cheia de controle. — Ninguém pode te ouvir aqui. Agarrei seu cabelo, puxando-o com força suficiente para arqueá-la, fazendo se
Christopher Cancun - México O sol já havia se posto quando eu terminei de ajustar a gravata no espelho do quarto. O reflexo do mar de Cancún ao fundo, e a brisa suave que entrava pela varanda, davam à noite uma tranquilidade quase irreal. Eu estava pronto para o baile de máscaras do hotel, uma noite reservada apenas para os convidados mais seletos. Mas, quando me virei, tudo o que eu tinha planejado para aquela noite desapareceu. Emily surgiu da porta do quarto, e por um segundo, o ar ao meu redor pareceu sumir. Ela estava deslumbrante, usando um vestido vermelho cintilante que abraçava cada curva do seu corpo. A cor destacava sua pele perfeita, e o corte do vestido era elegante, mas provocante. Seu cabelo estava solto, caindo em ondas suaves pelos ombros, e ela segurava uma máscara preta nas mãos, o brilho no olhar era de pura malícia. — Você está... — As palavras me faltaram por um instante. — Absolutamente magnífica. — consegui dizer finalmente, sem desviar os olhos dela. E
Christopher Emily lutava contra as amarras, o desespero tomando conta dela. — Daniel, por favor! — Ela implorou, as lágrimas escorrendo de seus olhos. — Deixe-me ir, me deixe... não faça isso... — Ah, querida, você não entende. — Daniel murmurou, a voz cheia de uma suavidade perversa. — Você vai assistir cada segundo. Vai ver quem realmente merece o seu amor, sua lealdade. Quem realmente vai estar de pé no final. Eu não podia mais esperar. Caleb estava lá fora, em perigo. Emily estava aqui, sofrendo. E Daniel... ele estava louco, mais louco do que eu havia imaginado. Mas se era uma luta que ele queria, então eu daria a ele exatamente isso. — Solte ela, Daniel. — falei, a voz mais firme agora. — Isso é entre nós dois. Solte-a e vamos acabar com isso de uma vez por todas. Daniel arrastou Emily até uma cadeira e a amarrou com precisão, garantindo que ela ficasse presa bem de frente para o ringue. Eu subi no ringue atrás dele, os passos ecoando pelo chão, meu corpo inteiro em
Christopher Quando cheguei ao clube de luta, a primeira coisa que percebi foi o silêncio. Um silêncio pesado, sufocante, que se infiltrava no ambiente como uma sombra. Não havia os ruídos típicos das lutas, dos gritos, das apostas. Nada. Apenas um silêncio perturbador, quebrado de vez em quando pelo som abafado de... um choro. Caleb. Meu coração apertou. Acelerei o passo, o barulho das minhas botas ressoando nas paredes de concreto. Passei pela entrada, empurrando a porta de metal com força, e assim que entrei no salão principal, o horror me atingiu como um soco no estômago. Os seguranças que eu havia deixado para proteger Emily e Caleb estavam caídos no chão, imóveis. Mortos. Eu olhei ao redor, desesperado, e então o vi. Daniel. Ele estava de pé, no centro do ringue, com um sorriso satisfeito no rosto. E lá, ao seu lado, amarrada a uma cadeira, estava Emily. Ela estava pálida, os olhos arregalados de medo, mas viva. Caleb chorava em algum canto, seu choro desesperado ecoando p
Ralf Renata estava amarrada a uma cadeira no centro da sala, as luzes duras do galpão refletindo em sua pele pálida. Eu podia ver o medo crescendo dentro dela, mas ela ainda tentava se manter firme. Eu já havia visto esse tipo de resistência antes. A mulher era forte, mas não o suficiente para resistir ao que viria. — Vamos acabar logo com isso, Renata, — eu disse, cruzando os braços, minha paciência começando a se esgotar. — Me conte tudo o que sabe sobre Daniel e a obsessão dele por Emily. Ela riu, um riso amargo, como se achasse a situação irônica. — Obsessão por Emily? Você não entende nada, Ralf. O problema de Daniel nunca foi Emily. Ele é obcecado por Christopher. As palavras dela me atingiram como um soco. Eu sabia que Daniel tinha problemas, que ele sempre buscava imitar o estilo de vida de Christopher. Mas obcecado? Eu me aproximei mais, tentando entender o que ela estava dizendo. — Você está dizendo que... — comecei, mas Renata me interrompeu. — Daniel quer ser
Emily Eu estava sentada no camarim, segurando Caleb firmemente em meus braços, quando a porta se abriu novamente. Desta vez, era Ralf. Seu rosto estava carregado de preocupação, e ele não precisou perguntar para entender a gravidade da situação. Lindsay provavelmente já havia contado a ele que eu estava ali com o bebê. — Emily, o que aconteceu? — ele perguntou, aproximando-se com cuidado, seus olhos fixos em mim e no bebê. Eu tentei manter a compostura, mas as palavras começaram a sair antes que eu pudesse segurá-las. — Foi o Daniel... ele me dopou, Ralf... com a ajuda da Dra. Renata. Eles estavam me dando remédios, e eu não sabia mais o que era real. Ele tentou... — minha voz falhou, e eu senti as lágrimas brotarem, finalmente me deixando quebrar. — Ele tentou fazer coisas horríveis comigo. Meu irmão... ele ficou louco, Ralf. As palavras saíram em meio a soluços, enquanto eu revivia o pesadelo das últimas horas. Daniel, o garoto que eu ajudei a criar, que eu amava como meu
Último capítulo