Ela segurou minha mão. Não disse nada. Apenas entrelaçou os dedos nos meus, como se isso bastasse.
E bastou.
Levei-a comigo em silêncio até meu quarto. As luzes do corredor nos acompanhavam em passos lentos, mas o mundo inteiro parecia suspenso naquela caminhada contida. Quando entramos, fechei a porta atrás de nós, e só então respirei fundo.
— Você tem certeza? — perguntei, a voz rouca.
Ela assentiu.
— Tenho certeza que preciso de você agora.
O jeito como ela disse aquilo me desmontou por dentro. Como se não houvesse jogos, nem escolhas a serem feitas, nem desculpas ou medos. Só havia a necessidade crua e sincera de estarmos juntos.
Me aproximei, tirando delicadamente o casaco dos ombros dela. A pele nua do ombro, do colo, tremia sob meu toque. Passei os dedos devagar pela curva de sua clavícula, vendo o arrepio surgir em resposta.
Ela fechou os olhos e suspirou.
— Eu pensei em você todas as noites — ela sussurrou — mesmo quando estava com ele.
Fechei os olhos por um segun