XXXVIII. Cativeiro de Prata

O silêncio era opressor.

Serena acordou com uma pontada aguda na base da nuca, como se tivesse levado um golpe forte demais. Seu corpo inteiro pesava, a mente embaralhada entre lembranças fragmentadas e um vazio incômodo. Tentou mover os braços, mas não conseguiu. Correntes, frias como gelo, envolviam seus pulsos, ligadas a um anel metálico fincado em uma parede de pedra bruta.

Ela estava deitada sobre uma superfície áspera, dura. O chão era feito de pedras negras, ligeiramente úmidas. O ar tinha cheiro de mofo antigo, com um leve traço de incenso queimado — ou algo muito próximo disso, como se alguém tentasse mascarar o odor da podridão com rituais.

Quando conseguiu abrir os olhos, a luz fraca de tochas nas paredes revelou o interior de uma câmara subterrânea. O teto era abobadado, sustentado por colunas grossas com inscrições antigas, e as sombras dançavam nas paredes como fantasmas silenciosos. Havia símbolos lunares invertidos pintados em vermelho escuro — sangue seco? — ao redor
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