O sol ainda nem nasceu direito quando fecho minha mala.
Não é muito — algumas roupas, documentos, o caderno onde anoto os turnos, a caneca de cerâmica rachada que a dona Elvira me deu no meu primeiro mês aqui. É estranho como a vida pode caber tão pouco quando você se sente deslocada dentro dela.
Visto uma calça jeans surrada, amarro o cabelo, calço os tênis e desço as escadas com o coração disparando. Cada passo parece uma despedida.
Otávio não está por perto. E, por enquanto, isso é um alívio.
Quando chego na pequena recepção da ala administrativa, a senhora Ivone, que cuida dos registros dos funcionários, ma