Marina
A sala de reuniões parecia menor do que de costume.
O ar estava pesado. Ou talvez fosse eu que estivesse me sentindo assim — comprimida, encolhida, sufocada por dentro. Fazia três semanas que eu trabalhava ali. Três semanas de pequenos atritos, de farpas veladas, de críticas não construtivas disfarçadas de "sugestões".
E hoje, eu não estava no meu melhor dia.
Otávio, como sempre, estava sentado à cabeceira da mesa, braços cruzados, olhos fixos em nós como se fosse um general prestes a dar uma ordem. Ana, Rafael e Bruno ao meu lado. Danilo, encostado na parede, de braços cruzados, acompanhava tudo em silêncio.