Ele tinha sido o primeiro a soltar sua mão, mas agora que ela estava prestes a aceitar a realidade e sair da sombra, ele de repente queria trazê-la de volta para o passado?
Não era irônico?
— Rafael, não me procure mais, não me obrigue a te odiar. — Disse Júlia.
Sua firmeza, sua decisão, eram como uma faca, perfurando toda a confiança e segurança dele.
— Jú... não faça isso... por favor? — Implorou Rafael!
Júlia, porém, o encarava com a mesma expressão serena de antes:
— Eu resolvi todos os obstáculos entre nós, até minha mãe concordou. Se você aceitar, podemos ir direto ao cartório e nos divorciar!
— Não quero.
O que ele chamava de "resolver" não passava de uma ilusão para si mesmo.
— Jú...
— Estou ocupada, preciso ir.
Ela passou por ele, sem olhar para trás, e se afastou rapidamente.
Rafael ficou ali, parado, sem se mover.
As pessoas que iam para o trabalho durante o pico da manhã passavam por ele, mas ele parecia ter perdido a alma, com os olhos vazios, como se o mundo inteiro não i