Uma memória repentina atacou Júlia de surpresa, deixando-a sem palavras.
Aquela pessoa teimosa, que segurava o colarinho de alguém sem soltar, era ela mesma?
Ao encontrar o olhar brincalhão do homem, ela ficou tão envergonhada que parecia querer sumir.
José perguntou:
— Lembrou?
— Desculpa, eu…
José a interrompeu:
— Essa pergunta precisa mesmo ser feita? Claro que não pode. Quem aceitaria levar um tapa na cabeça? Não sou um instrumento de percussão. E você mesma não disse que bater na cabeça pode deixar a pessoa mais burra?
Com uma frase, ele dissolveu metade do constrangimento de Júlia.
Júlia murmurou:
— Mas você bateu na minha cabeça…
Agora que a parte final da memória voltou, as cenas iniciais começaram a ficar mais nítidas. Na verdade, foi ele quem começou…
José ficou sério:
— Ainda mantenho o que disse: pode beber, mas com moderação.
— Sim, claro.
Júlia não ousou discordar, balançando a cabeça obedientemente como uma criança que levou bronca.
Gustavo voltou da pia, onde lavava