A água cessou com um estalo metálico, e o vapor denso que preenchia o banheiro começou a se dissipar lentamente. Clarice e Ares saíram do chuveiro em silêncio, os corpos ainda úmidos e aquecidos não só pela água, mas pelo que haviam compartilhado.
Ares estendeu a toalha para ela, os olhos suavizados pela intimidade recente. Clarice envolveu-se no tecido, deixando escapar um suspiro que era meio alívio, meio exaustão. Vestiram-se em silêncio, sem pressa, como se cada dobra de roupa colocada fosse um retorno à realidade — e ambos sabiam que ela voltaria com força.
Quando ela terminou de ajustar o cinto da calça, ouviu o zumbido sutil do link mental. Ares levou dois dedos à têmpora.
*** "Alfa... a matilha está reunida no salão. Esperando por você." ***
— Eles esperam por mim — disse ele, virando-se para Clarice. — E por você também.
Ela assentiu. O calor do banheiro ainda a envolvia, mas o frio da responsabilidade voltava a invadir os pulmões.
Descendo as escadas da casa principal, Clari