O sol da tarde se filtrava pelas cortinas claras do quarto, desenhando sombras suaves sobre o chão de madeira polida. Clarice estava de pé junto à janela, o robe pesado ainda sobre os ombros, os cabelos soltos, caindo em ondas por suas costas.

O silêncio ali dentro era quase meditativo. Após o almoço, Nara e Kaelen haviam saído para uma caminhada até a borda do vilarejo. Clarice disse que ia para o quarto se refrescar. Ela também queria pensar, o vínculo com a matilha estava deixando Clarice estranha, sentir o peso de tantas pessoas, da terra, do ar, da floresta, era muito para quem não esperava.

Ouviu o som discreto da porta se abrindo.

Virou-se devagar, sem surpresa. O cheiro dele e a pulsação acelerada de seu coração o denunciou antes mesmo de sua presença.

Ares entrou como uma sombra firme. Fechou a porta atrás de si e parou, observando-a por um momento longo demais para ser casual. Os olhos dele queimavam de algo que ela reconhecia. Algo que