Gobrielle Goldman
Ele parou o carro de repente, um tranco seco que fez o cinto prender meu corpo com brutalidade. Os pneus gritaram contra o asfalto. Um motorista atrás buzinou, mas Gadreel sequer piscou.
— Saia do carro — disse ele, entre dentes, sem me olhar.
— O quê?
— Sai do carro, Gabrielle! — gritou, batendo com força no volante. Sua voz era puro ódio, puro descontrole, e eu vi, com uma clareza cortante, que ele estava perigosamente perto de quebrar tudo.
Mas eu não me mexi.
Eu respirei fundo e, pela primeira vez naquela viagem, encarei-o como quem olha para uma fera enjaulada e resolve entrar na jaula por vontade própria.
— Se eu sair, você vai direto pra ele — disse, num tom baixo, ma