Gabrielle Goldman
Naquele instante, foi como se a luz celestial que ainda resistia em mim, aquela fagulha invisível que me impedia de me odiar por completo, fosse soprada e apagada pela minha própria consciência.
Eu matei a centelha, com minhas escolhas, com meu silêncio, com minha covardia. E a partir daquele momento, mesmo que eu expurgasse todos os meus erros, mesmo que me ajoelhasse em sangue e lágrimas para pagar por cada pecado, eu soube que jamais seria bem-vinda no paraíso. Porque eu não era digna de redenção. Ele era. E mesmo assim, me escolhia.
Ele colocou a mão no bolso e, sem dizer uma única palavra, retirou uma pequena caixa de veludo escuro, depositando-a na palma da minha mão com gentileza. O silêncio entre nós pesava como um luto não declarado, e eu senti, de imediato, que n&at