338. Eu estava exausta

Naquela manhã, ao abrir os olhos, um velho poema atravessou minha mente como um sussurro antigo que finalmente fazia sentido. Eu sempre gostei dele, havia algo de etéreo e trágico nos seus versos que me cativava, mas nunca o compreendi por completo. Até aquela manhã.

A melancolia que exalava das palavras era diferente de qualquer tristeza passageira que eu já tivesse sentido. Era uma dor silenciosa, que não grita nem exige atenção, mas que permanece cravada sob a pele como uma tatuagem que o tempo não apaga. Uma espécie de sentença invisível que, mesmo quando afogada em novas sensações, permanecia lá, latejando, pulsando, viva.

E ali estava eu, deitada sob lençóis que ainda guardavam o calor de outro corpo, encarando aquela pintura na parede como se ela pudesse me responder. As palavras do poema ressoaram em minha mente com um peso que quase me arrancou o fôlego:

“As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...”

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