Gabrielle Goldman
Senti minhas pernas se moverem sozinhas, como se uma força invisível me atraísse para mais perto. Meus olhos estavam tão presos àquele cenário que não consegui registrar mais nada ao redor. Era uma pintura, e não uma qualquer. Ocupava toda a extensão da parede, do chão até o teto. E era, sem exagero, a coisa mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida.
A imagem retratava um vale. Ao fundo, montanhas imponentes se erguiam sob um céu de aquarela, tingido com as cores suaves do amanhecer. Uma pequena floresta se estendia aos pés dessas montanhas, como uma barreira natural entre o mundo real e aquele paraíso inventado. No primeiro plano, um campo florido se abria com uma paleta vibrante: margaridas, lavandas, flores que eu nem sabia o nome. Tudo transbordava frescor, cor e uma pureza que me arrancou