Lucas Park
Para meu azar – ou talvez para minha sorte – Kang era o único que tinha contas a acertar diretamente comigo. Eu fui o filho da puta que deflorou sua irmã. Claro que, se soubesse quem ela realmente era, jamais teria me permitido tocá-la. Mas, por alguma razão, não pude evitar que uma garota tão distinta, que cursava a mesma universidade que eu, implorasse de joelhos por mim.
Kang nunca me cobrou publicamente, nem sequer pronunciou uma palavra a respeito; apenas me enviou uma carta de notificação, timbrada com o selo de sua família, com a fria mensagem: “Cobrarei quando for oportuno. ” E assim estava decidido – resolvido sem violência direta ou derramamento de sangue, pelo menos do jeito que ele preferia que as coisas fossem. E, embora eu quisesse acreditar que essa resolução seria justa, no fundo, tudo me fazia sentir que eu estava preso em uma dívida que jamais poderia ser quitada sem sacrificar parte de mim.<