264. O que eu sentia sobre mim mesma
Gabrielle
Todas as vezes que meu pai me dizia que chegaria o dia em que eu teria que escolher entre ser quem eu queria ser e quem eu deveria ser, eu apenas revirava os olhos e resmungava deboches abafados. Para mim, aquele dia nunca chegaria. Acreditava saber exatamente o que queria e estava certa de que nada nem ninguém me desviaria daquilo que eu nasci para ser. Nem mesmo eu mesma.
Que piada.
Como uma adolescente pode achar que entende qualquer coisa da vida? No auge de meus quinze anos, eu era soberba o suficiente para ignorar os últimos ensinamentos de meu pai, acreditando piamente que meu intelecto já estava completamente formado. No meu entendimento imaturo, eu era uma rocha inabalável, convicta de que nada poderia me mudar, de que minha visão do mundo era absoluta.
Outra piada.
A verdade veio como um golpe seco no estômago, arrancando de mim qualquer ilusão de controle que eu ainda insistisse em sustentar. Cresci e aprendi mais em cinco meses do que em