AMÉLIA
Eu estava sentada no sofá, tentando reunir coragem para falar com Arthur sobre algo que estava adiando há semanas. Finalmente, respirei fundo e decidi que não podia esperar mais.
— Eu preciso ir até a casa da minha mãe pegar o resto das minhas coisas. — disse, tentando manter a voz firme.
Arthur, que estava mexendo no celular, olhou para mim por um instante com uma expressão impassível.
— Você não vai. — respondeu, sua voz fria.
Pisquei, surpresa com a resposta dele.
— O que? — retruquei, com indignação. — Eu esperei todo esse tempo pra voltar. Eu tenho coisas importantes lá que preciso pegar, Arthur.
Ele desviou os olhos do celular outra vez, fixando seus olhos nos meus.
— Se o problema é esse, você pode comprar coisas novas. — disse com um tom inflexível.
Balancei a cabeça, frustrada.
— Eu não quero coisas novas, Arthur. Eu quero as minhas coisas, aquelas que têm valor sentimental para mim.
Ele estreitou os olhos com sua expressão endurecendo.
— Você vai ficar sem nada então,