Capítulo 2
Lavínia Brown Bellerose
O estádio ainda vibrava quando o apito final ecoou. As pessoas gritavam, cantavam, se abraçavam, mas eu… eu só conseguia olhar para ele.
O mesmo olhar que me paralisou há anos atrás, agora ainda mais intenso, maduro, firme.
Ele foi cercado pelos colegas, ergueram-no no ar, jogaram o capacete pro alto, mas seus olhos continuavam me procurando, como se confirmassem que eu realmente estava ali, de carne, osso e lembranças.
Quando o jogo terminou, Theo já pulava feito um doido querendo ir até ele.
— Vamos, Lavínia! — disse empolgado. — Ele vai pirar quando te ver.
Meu pai riu, minha mãe chorava, a mistura perfeita de orgulho e nostalgia.
E eu? Eu tentava me recompor, disfarçar o tremor das mãos e o nó na garganta.
Descemos juntos até a área dos jogadores. O ar cheirava a grama molhada, suor e vitória. Quando ele saiu dos vestiários, o coração simplesmente me traiu.
O cabelo úmido colado na testa, o uniforme justo, o olhar determinado. Era como se o tempo