O vento carregava a chuva em lufadas geladas, chicoteando nossos rostos, mas Damon não parecia se importar. Seus olhos, daquele vermelho profundo e cortante, fixaram-se em mim como lâminas.
  — Por que você fugiu? — ele perguntou, a voz baixa, carregada de raiva contida.
  As presas dele, levemente expostas, brilharam sob o lampejo de um trovão distante. Cada parte de mim gritava para recuar... mas eu não dei um único passo para trás.
  Em vez disso, ignorei a pergunta.
  — O que você quis dizer... — minha voz saiu tremida, mas me forcei a continuar —, quando disse que precisava me proteger de você?
  Damon fechou os olhos por um instante, como se a pergunta pesasse toneladas sobre seus ombros.
  — Elara, não é tão simples.
  — Então me explique! — exigi, o peito doendo de tanta ansiedade. — Não fuja de mim, Damon. Não me esconda mais nada!
  O silêncio se estendeu por um momento eterno entre nós, até que suspirei e disparei:
  — Ravik me encontrou no castelo — revelei, cruzando os bra