A porta se fechou atrás de si.
— Ei! — gritou Demitre, mas não lutaria para abri-la novamente. Não ainda.
Olhou ao redor. A câmara era muito grande, parecia simular um entreposto. Paredes de concreto; estantes por todo lado, empoadas e abarrotadas de pacotes de aparência pesada; vigas enferrujadas. O cheiro era acre, úmido. Era possível ouvir água escorrendo em algum canto, talvez de um dos canos pertencentes às tubulações cruas e expostas no teto.
Demitre manteve a arma empunhada, com o dedo próximo do gatilho, embora dela nada pudesse sair. Começou a caminhar. O corredor o levava numa única direção.
A iluminação era pouca, algumas lâmpadas de luz sépia, aqui e ali, penduradas por fios carcomidos e envelopadas por uma crosta de sujeira.
Ouviu algo, um murmúrio, e som de ferro contra ferro.
— Lexia! — chamou. Ninguém respondeu, mas uma sombra se projetou de algum lugar ao final do corredor de estantes. Havia alguém lá.
Demitre