Após praticamente o mundo virar um verdadeiro mar de sangue. Julio, Jéssica, Lara e Larissa precisarão unir forças e lutarem lado a lado nessa árdua luta pela sobrevivência. Não adianta correr! O apocalipse chegou, então apenas sobreviva. Ou morra tentando, pois correr faz parte da sobrevivência.
Ler maisO cheiro forte de sangue me deixou paralisado por um longo momento. O líquido vermelho e viçoso escorreu por uma faca de cabo de madeira trabalhada. E no mesmo podia ser lido os seguintes dizeres sobre madeira:
"A sabedoria não está na arma que carrega, e sim na cabeça do manuseador".
As pequenas letras não interessavam naquele momento, o que realmente importava era: como eu tive a coragem de fazer o que fiz?
— Júlio... — chamou uma voz feminina ao longe. — Júlio, o que você fez?Nem eu sabia como havia feito, simplesmente fizera.— E... eu... eu...A voz não saía, era como se estivesse paralisado com toda a maldita cena ao meu redor. Estava paralisado anestesiado num misto de sensações indescritíveis.— O que você fez? O que fez?A pergunta repetitiva da garota estava me deixando ainda mais assustado.— Como você foi capaz? — A voz dela estava trêmula e quase rouca. Devia ser o choro acompanhado da emoção que o cenário lhe causara.— Porque fez isso Júlio? Por que fez isso?A cada vez que ela me fazia aquela pergunta, era como se me enfiasse uma estaca, que penetrava cada vez mais fundo meu cérebro me deixando ainda mais nervoso e sem ação.— Eu não sei... Eu não sei... — disse, tentado explicar de alguma forma o acontecido.De joelhos sobre o chão, pude notar o que realmente havia feito. O corpo de uma senhora de identidade desconhecida para mim, estava estirada ao frio chão. Seu rosto desfigurado me deixou com uma estranha sensação de nojo e desespero. Havia marcas de sangue espalhadas por todo o local. Minhas vestes estavam sujas.Cada canto do meu corpo estava com sangue, impregnando pele, cabelo e vestes.O chão branco em contraste com o vermelho do sangue não era a única coisa que se destacava na pequena cozinha de minha casa, a jovem fazia todo o diferencial para a cena grotesca. Seu olhar não mudava, ia de mim para o cadáver, do cadáver para mim como se um nervosismo a fizesse imitar os movimentos sem ao menos ter percebido. Ela estava nervosa e aquele corpo só a estava deixando ainda mais alucinada.— Júlio o que houve? — Perguntou mais uma vez só com lágrimas escorrendo pelos olhos castanhos.Não conseguia responder. Não só a fala, mas também meu corpo estava paralisado. Não conseguia me comunicar. Foi quando a jovem garota se aproximou de mim, colocou as mãos sobre o meu rosto em sinal de prece, e disse olhando diretamente em meus olhos:— Júlio, o que aconteceu aqui? — sua voz mudou completamente. O nervosismo tinha dando lugar a um tom doce e calmo, como se soubesse do que precisava. Seu doce tom de voz não pertencia à cena monstruosa. Seus olhos, porém, continuavam a escorrer lágrimas.Ela sofria mais do que a mim.— Confie em mim... Conte-me o que houve...As imagens começaram a se formar em minha mente, levando-me diretamente ao ponto onde tudo se iniciou.— Ele esta morrendo. - Gritou a garota desesperada, pressionando a seria ferida no pescoço de um rapaz desconhecido, que á poucos minutos foi mordido por um garotinho de aparência deplorável.— Não podemos fazer mais nada Mika. — Gritou de volta à senhora de idade avançada. Que no momento tentava arrastar a garota que não parava de pressionar a ferida no pescoço do rapaz.Seus olhos encharcados de lágrimas olhavam tristemente para o corpo de um jovem rapaz, que se encontrava caído sobre a fria causada de paralelepípedo. A fina garoa da gelada manhã caia em pequenas gostas contra o rosto pálido do jovem. – Dez minutos antes – As pernas de Jonas queimavam enquanto corria em direção à cidade. Também não era para menos, estava a minutos - talvez horas - correndo pelas ruas vazias. Sem falar no desespero que sentia. Seu filho de apenas cinco anos, se encontrava desacordado em seu colo. Jonas não sabia o motivo, mas seu
A vastidão branca já estava deixando Rose maluca. Ela deveria estar andando por horas ou talvez hora alguma. Tudo o que consegui ver ao seu redor era apenas a cor branca como se estivesse presa dentro de uma caixa sem fim. Perguntava-se a todo instante onde é que estava. Se estivesse realmente morta, aquele deveria ser o seu inferno pessoal, mas jamais imaginou que seria tão vazio e silencioso. Já tinha gritado até perder a voz pedindo ajuda a alguém invisível. Estava exausta da falta de informações, exausta de tudo. Com a paciência se esgotando se jogou ao "chão" fechando os olhos, seus pensamentos a estava a consumindo. Perguntava-se como sua amiga estava no muno fora do que estava? Ela conhecia Paloma o suficiente para saber que ela não ficaria bem sozinha com um bando de desconhecidos ao seu redor. Respirei fundo pesando em uma maneira inútil de sair daquele cubículo branco infinito, mas nada que passasse daria certo. Apenas ficou a reviver os últimos
— Mortalmente Morto —Júlio C. WidellDois policiais patrulhavam uma das ruas da cidade. Aquela noite para eles estava sendo entediante e sem graça. Seu chefe ou Boss, como chamavam carinhosamente, estava cheio de trabalho, pois várias chamadas estranhas estava deixando os telefones congestionados, até que uma hora simplesmente tudo parou. Rádios, telefones celulares e tevês. Tudo parou assim que as luzes apagaram como se algum ser tivesse sugado cada gota de energia possível, mergulhando a cidade toda em um mar negro.Thayane e Igor estavam há horas rondando o perímetro com a viatura. As sirenes vermelhas iluminavam boa parte das ruas, que no momento permaneciam vazias e silenciosas.— Só pode está de brinc
Tatty e Josi— Final — — Eu também te amo... Meio tonta, abri os olhos. Pude sentir sangue seco em meu ombro. Uma queimação estranha vinha do local que antes era uma mordida. Levei a mão a ele e notei que a ferida já não existia. Olhei para Josi, que parecia perplexa com o todo o ocorrido. Sem dizer uma palavra,fui em sua direção e beijei sua boca. Senti suas lágrimas quentes se adensarem aos beijos. Ela me agarrou em um aperto inesperado, e, após alguns segundos, ela descolou os lábios dos meus e disse, olhando em meus olhos. — Eu achei... Eu achei que você tinha morrido. Você parou de respirar e... — Ela disse muito rapidamente. Mais um beijo. — Eu não estou entendendo,Tatty. Não queria saber de mais nada, só queria seus lábios colados aos meus. — Tatty? - Chamou. - Você está bem? Olhei para
Josi— Eu Também te amo — Lá estava ela, deitada sobre seu próprio sangue, desacordada e com certeza morrendo. Não sabia o que fazer. Estava petrificada com tudo o que me acontecera. Ela não demonstrava reação, parecendo estar morta. Olhei por várias vezes para seu rosto pálido. Tentei inutilmente estancar o sangramento com as mãos, mas não funcionou. O sangue jorrava pela carne enegrecida do pescoço de Tatty, o cheiro de sangue me deixava enjoada. A diretora Cara de Dragão continuava imóvel. Se não fosse por ela, minha melhor amiga não estaria no estado que se encontrava. Por um lado, a culpa também fora da Tatty. Ela e sua mania de vingança, sempre tentando proteger seus amigos, sempre sendo a “The Rock” do grupo. Mas eu sabia que, no fundo, ela não era tão machona. Por trás daquele rosto moreno e chapéu de roqueira, escondia-se uma garota simples e amorosa, que tentava se
Taty e Josi— O primeiro contato — Taty — Antes do apagão ——Tatty, o que estamos fazendo na escola a uma hora dessas? — Perguntou uma garota baixinha de cabelos lisos e loiros e olhos azuis. — Fica quieta. — Sussurrei, olhando brava para ela. — Vamos dar uma lição na diretora. A enorme escola da cidade estava escura e silenciosa como todo o resto dela. A lanterna que Josi e eu usávamos iluminava pouco o longo corredor que cheirava a pó e giz, além de estar mal iluminado. A sala com as portas fechadas produzia estranhos barulhos que faziam os pêlos de meus braços se eriçarem. — É melhor voltarmos para casa... Vamos ser expulsas... — Se você não calar a boca, sim... — Disse, encarando-a. Estava disposta a ensinar à diretora que ninguém mexe com
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