Âmbar.

Chicago, muitos anos depois.

Paro diante da parede de vidro que separa minha sala do resto do clube e observo a movimentação. Hoje é quinta-feira, dia da minha apresentação no palco. Faço um número de dança sensual usando uma máscara. Às vezes danço no pole dance, outras em uma cadeira ou com outras mulheres e homens que trabalham aqui também, mas geralmente minha performance é solo, e apenas eu dançando no meio do palco.

Já estou à frente desse clube há cinco anos, e aqui é meu lar, é onde eu me sinto bem e poderosa. Eu mando aqui e ninguém mais passa por cima de mim ou me humilha. Aqui, sou amada, adorada; homens se jogam aos meus pés e tenho na minha cama quem eu quero, desde homens a mulheres.

Tudo o que eu passei ficou no passado e, hoje, não entrego mais meu coração; é apenas meu corpo, sexo, prazer, pecado. Sou rica e dona de uma fortuna considerável que herdei do meu falecido marido, o homem que se encantou por mim e me tornou o que sou hoje, que me deu tudo para que ma