Aysha.
É absurdo, patético até, como minha irmãzinha insossa consegue capturar a atenção dos outros sem fazer o menor esforço. Âmbar, essa coisinha apagada, com seu jeitinho angelical e doce, rouba olhares como se fosse por acaso. E o pior: ela nem percebe. Caminha distraída, alheia a tudo, enquanto eu, a verdadeira joia desta família, observo tudo, cada sorriso de aprovação que ela recebe como se não fosse o maior desperdício do mundo.
Eu, por outro lado, sou o que todos deveriam admirar. Alta, magra, cabelos loiros como ouro, olhos de um azul tão profundo que não passam despercebidos – sou uma pintura viva. Uma mulher para ser invejada, idolatrada. Sou a personificação da beleza, e sei que fui feita para ser notada. Quando entro em um lugar, é natural que todos os olhares se voltem para mim. Eu me movimento com a elegância que as outras só podem sonhar em copiar, como se carregasse uma coroa invisível que todos os outros deveriam reconhecer e reverenciar.
Mas com Âmbar sempre foi as