— Acho que… vou precisar do seu sangue, no final das contas. — Samiel está sentado no chão, a blusa de malha branca já se tornou completamente vermelha.
Meus joelhos batem de uma vez no piso frio quando quase me jogo sobre ele no chão.
— Meu Deus — minha voz sai baixa, contorcida, o pânico tomando conta de mim.
Ele ergue os olhos e me encara. Não há medo neles, só um sorriso estranho, que não combina nem um pouco com a cena à nossa volta.
— Quartzo — ele fala, ofegante. — Tiros de quartzo. E a runa que eu desenhei drenou o resto da minha força.
Levanto a blusa e vejo duas perfurações no seu abdômen, que ainda têm um brilho branco suave, que parece mágica, e outra no braço.
Respiro fundo e estendo o braço.
Ele encara minha pele fina e a veia pulsando rápido, como se estivesse se oferecendo para ele.
Então, segura meu antebraço com a mão quente, sem pressa. Aproxima o rosto e sua respiração bate de leve contra o meu punho, disparando a minha.
Mantenho os olhos nos dele. É estranho —