24/12 08:08AM, Moscou
EU ACORDO COM O BARULHO alto da minha cela se abrindo, e me sento com dificuldade. Um dos seguranças está parado ali, do outro lado e me olha por um instante.
— O chefe quer que a senhora se levante, tem que subir para se arrumar. Seus pais chegarão está noite.- Eu não respondo, apenas com muita dificuldade me levanto do banco de concreto que também me serve de cama e passo para fora da cela. Eu respiro de alívio, minhas pernas quase fraquejam quando ando pelo corredor comprido, e depois de dois lances de escada, eu ultrapasso uma porta que é vigiada por dois seguranças, os mesmos que a abrem para mim.
E passando pelo corredor que dá acesso ao hall de entrada e jogo a cabeça para trás em agradecimento, o clima é completamente diferente do que era em baixo. A neve cai lá fora em um frio intenso da Rússia, mas dentro da casa é sempre quente, alguns graus a mais do que onde eu estava. Ver tanta iluminação me causa dor de cabeça, porque há dias eu já não via a luz,