DIMITRI
ESTÁTICO, VEJO A MULHER QUE prendeu minha atenção há pouco, no palco. Ela passa por mim - encostado no bar - e sorri sem exibir os dentes, deixando uma piscada ao desfilar entre as pessoas, meu pescoço acompanha seu andar até onde é possível, antes que ela suma do meu campo de vista.
Eu fico com a cena que passou há poucos segundos em mente, meu corpo reagiu a sua presença e seu sutil gesto do que acho que foi um flerte, ela tem algo grandemente famíliar mas não consigo assimilar a quem.
Seus cabelos longos em um loiro escuro balançavam a medida que ela se movimentava na barra, a franja que cobria sua testa se movia levemente quando ela jogava o cabelo para trás, seus olhos eram castanhos, mas não foi possível ver o exato tom pela escuridão do lugar. Todos ao redor se silenciaram, observando cada movimento que seu corpo vazia, e todas as suas acrobacias ousadas me deixaram em êxtase, e quase sinto culpa por não recriminar as vontades e pensamentos que senti, mas não culpo