A tarde havia se transformado em uma brisa morna e tranquila. Depois de toda a agitação, Isadora pediu um instante mais íntimo com Paolo. Estavam no jardim dos fundos, sentados em um banco de pedra sob as sombras das oliveiras. O canto dos pássaros e o cheiro de lavanda no ar davam um toque sereno ao momento.
Paolo, apesar de ser o espanhol mais temido por seus inimigos, estava quieto. Os olhos voltados para a grama como se procurasse palavras ou coragem.
Isadora, com uma das mãos sobre o ventre já bem arredondado, respirou fundo. Sabia que essa conversa era importante — para os dois.
— “Paolo...” — ela começou, a voz suave. — “Desde que tudo aconteceu... você nunca me perguntou o que de fato aconteceu naquele cativeiro esperou o meu tempo e eu agradeço.”
Ele a olhou, tenso, mas atento. Ela continuou:
— “Arturo foi um monstro. Me usou, me torturou, me quebrou em pedaços. Eu não falava porque não queria ver esse brilho de dor nos seus olhos... mas acho que agora você precisa ouvir isso