A casa já estava silenciosa. Os risos e as conversas haviam se recolhido, assim como os bebês adormecidos em seus berços. Apenas a lua filtrava uma luz prateada pelas janelas. Fernando esperou que todos subissem antes de estender a mão para Isadora, com um sorriso contido e respeitoso.
— Vem comigo?
Isadora assentiu, ainda sentindo o calor do abraço de Samara e Cecília no peito. Não perguntou para onde iam. Apenas confiou.
Ele a conduziu pela trilha iluminada suavemente até a casa anexa. Quando entraram, Fernando não foi para a sala ou cozinha. Em silêncio, subiu com ela até o estúdio de dança — aquele espaço onde ela tentava se reencontrar consigo mesma.
A luz suave do ambiente criava sombras delicadas. Fernando foi até um canto, mexeu no celular e, sem uma palavra, procurou por uma música. O silêncio entre eles era confortável, íntimo. Quando a melodia começou, suave e poderosa, Isadora reconheceu na primeira nota.
“Maria, Maria é um dom, uma certa magia…”
Elis Regina. A canção que f