SAVANNAHO vapor quente cobre o espelho da casa de banho, tornando o mundo lá fora ainda mais distante. Depois de atingir o clímax, fico deitada na bancada, o corpo a tremer de prazer, o peito a subir e descer enquanto tento recuperar a respiração. Ryder aproxima-se, beija-me delicadamente, e sinto na boca o meu próprio gosto salgado que ficou nos seus lábios. Sorrio, meio zonza, meio rendida.Ele olha para mim com aquele ar de quem não quer largar o momento.- Vamos pôr-nos na banheira - diz, a voz rouca e baixa.Vejo-o desligar a torneira. A banheira está cheia até acima, a água a fumegar, a prometer mais calor e mais abandono. Ryder tira as próprias calças e boxer, sem pressa, revelando-se por inteiro, sem pudor. O olhar dele cruza-se com o meu, e vejo o desejo a latejar-lhe no corpo, a ereção exuberante impossível de ignorar.Ele mete-se devagar na banheira, o corpo grande a afundar-se na água. Depois estende-me a mão.- Anda cá, amor.Entro a seguir, sento-me entre as suas pernas
RYDERSeco-me rapidamente e ajudo Savannah a secar-se, passando-lhe a toalha com cuidado, atento a cada detalhe. Gosto de cuidar dela. Fazê-lo dá-me uma paz que nunca soube que precisava. Ela sorri, agradece-me com um beijo doce nos lábios e, de repente, o seu estômago ronca alto. Não consigo evitar uma gargalhada.– Acho que está na hora do jantar, ruiva.Ela revira os olhos, mas sorri, e descemos juntos até à cozinha. Assim que entramos, encontramos todos reunidos: Hunter, Isaiah, Landon, a mamã e até a vovó Beth. O ambiente está animado, mas assim que nos veem, não perdem tempo a lançar piadas.– Olha quem voltou à terra dos vivos! – diz Hunter, com um sorriso maroto.– Estava a ver que já não vinham! – acrescenta Isaiah, piscando o olho.– Devem ter gasto a água toda do aquecedor – brinca Landon, rindo-se alto.Até a minha mãe, sempre mais reservada, entra na brincadeira:– Espero que tenham deixado água quente para o resto da família.E, surpreendentemente, a minha avó Beth, que
Narrado por Ryder SawyerEu nunca gostei muito de igrejas.Não que eu não acreditasse em Deus. Eu acreditava. Minha mãe sempre dizia que a fé era o que segurava um homem de pé quando tudo o mais falhava. E eu entendia isso. Mas igrejas me davam uma sensação estranha. Um silêncio pesado demais, como se o mundo estivesse esperando alguma coisa de mim.Mas naquele dia, eu estava ali.De terno preto, a barba recém-aparada, o nó da gravata apertando minha garganta. Com as mãos fechadas, os dedos roçando no tecido grosso das calças. Esperando.A capela era pequena, feita de madeira rústica, com vigas expostas no teto e janelas que deixavam a luz quente da tarde entrar. Rosas brancas e girassóis decoravam o altar, entrelaçados com fitas creme que minha mãe insistiu que ficariam bonitas. O cheiro de lavanda e madeira polida enchia o ar.Mas nada disso importava.O que importava era que ela ainda não tinha chegado.Passei os olhos pela capela, tentando me distrair. Tentando encontrar algum ros
Narrado por Savannah Wilder O horizonte se estendia como uma promessa distante. A estrada cortava os campos secos, esticando-se até onde meus olhos podiam alcançar. O céu estava tingido de laranja e rosa, o sol afundando lentamente no horizonte. E eu dirigia sem olhar para trás. O rádio tocava baixinho, mas eu escutava cada palavra. "Ain't no love in Oklahoma..." Luke Combs sempre soube colocar em palavras o que estava entalado no meu peito. "I keep runnin' but I'm standin' still Pray for peace but I need the thrill" Apertei os dedos no volante, sentindo o nó na garganta crescer.Porque era verdade. Não havia mais amor para mim em Oklahoma. Não depois que minha mãe se foi. Engoli seco e olhei para o banco do passageiro. A única coisa que me restava dela estava ali: uma velha caixa de sapatos cheia de fotografias amareladas e um colar que ela usava todos os dias. Agarrei o pingente entre os dedos, sentindo o frio do metal. — Eu tô tentando, mãe... — sussurrei, s
A IntrusaRyderO gosto amargo do uísque ainda impregnava minha boca quando acordei. A dor latejava no meu crânio como um maldito martelo, lembrança da garrafa de Jack Daniel's que eu havia esvaziado na noite anterior. Ressaca e cansaço eram velhos conhecidos, tão familiares quanto o ar que eu respirava.Me arrastei para fora da cama, os músculos protestando a cada movimento. O quarto estava escuro e abafado, cheirando a uísque e solidão. Passei as mãos pelo rosto áspero, tentando afastar a exaustão. Vesti um jeans surrado e uma camiseta preta antes de calçar as botas gastas.O rancho me esperava, como sempre.Desci as escadas do estábulo, o cheiro de feno, couro e terra úmida invadindo meus sentidos. O sol já estava alto demais no céu. Eu estava atrasado, e isso me irritava profundamente. Detestava falhar, mesmo que fosse apenas comigo mesmo.Foi ao virar o corredor para o piso inferior do estábulo que meu dia tomou um rumo inesperado.Lá estava ela. Uma completa estranha.De costas
Narrado por Savannah.O terceiro dia no rancho começou antes mesmo do sol nascer, e a exaustão já pesava nos meus ossos como se cada músculo do meu corpo tivesse sido substituído por chumbo. Meus braços doíam, minhas pernas protestavam a cada pequeno movimento e até respirar parecia exigir esforço.Passei os últimos dias me forçando além dos meus limites, tentando me provar. E agora meu corpo cobrava o preço.Com um gemido, rolei para o lado e cobri o rosto com o travesseiro, tentando reunir forças para levantar. O colchão duro e a noite mal dormida não ajudaram em nada. Eu já deveria estar acostumada ao desconforto, mas ainda sentia falta da minha cama antiga — e do mundo que deixei para trás.Mas voltar não era uma opção.Com um suspiro resignado, empurrei as cobertas e me arrastei para fora da cama. Minhas mãos tatearam cegamente pelo quarto até encontrar minhas roupas de trabalho: uma regata preta, uma camisa xadrez fina — que deixei aberta para evitar morrer cozida sob o sol esca
Narrado por Ryder. Acordei mais cedo do que o habitual, e isso já foi o suficiente para me deixar irritado. Não bastava o calor sufocante da manhã, a lista interminável de afazeres no rancho e a fadiga dos últimos dias. Agora, eu também tinha que perder meu tempo ensinando Savannah Wilder a montar a cavalo. Suspirei fundo, esfregando o rosto antes de sair da cama. A água gelada do chuveiro fez pouco para espantar o cansaço, mas pelo menos me ajudou a ficar alerta. Vesti um jeans surrado, uma camisa escura e minhas botas, pegando o chapéu antes de descer as escadas do estábulo. E foi ali, no piso inferior, que a encontrei. Pontual. Com um olhar desafiador. E completamente vestida de forma errada. — Que diabos você está vestindo? — disparei, cruzando os braços. Ela ergueu a sobrancelha, fingindo surpresa. — Bom dia pra você também, Sawyer. — Isso não é roupa para montar um cavalo. Savannah revirou os olhos, como se eu estivesse exagerando. Seu short jeans curto deixava suas
Narrado Por Savannah.Duas semanas.Duas semanas trabalhando no Sawyer Creek Ranch, e meu corpo ainda não tinha se acostumado. Cada músculo latejava no final do dia, e eu adormecia assim que minha cabeça tocava o travesseiro. Mas, apesar do cansaço, havia algo estranhamente gratificante em ver minhas mãos calejadas e sujas de terra.O trabalho era duro, mas era real.E, de alguma forma, me fazia sentir viva.Havia também os momentos que tornavam tudo mais suportável. Como os cafés da manhã feitos por Rose e Beth.A comida delas era um conforto que eu não sabia que precisava.Beth era falante, divertida e sempre com um sorriso no rosto. Rose, por outro lado, era mais observadora, como se pudesse enxergar coisas que eu tentava esconder.Naquela manhã, enquanto tomávamos café na cozinha, só nós duas, Rose me olhou com curiosidade antes de perguntar:— O que te trouxe até aqui, Savannah?O garfo parou no meio do caminho até minha boca.Eu podia inventar uma desculpa. Podia dizer que queri