Capítulo 176
Derrick
(2 meses depois)
O carregamento estava quase completo. Quase.
— Último contêiner confirmado, senhor. — ouvi um dos rapazes dizer pelo rádio.
Eu acenei, ajustando a luva da mão direita, o metal frio da arma colado na palma.
Mas o ar mudou.
Um som seco — o tipo que o corpo aprende a reconhecer antes da mente.
Depois, outro.
E outro.
— Emboscada! — alguém gritou.
O eco dos tiros rasgou a noite.
Me joguei atrás do carro preto, o corpo instintivo, o olhar varrendo o escuro. Vi um vulto na passarela do guindaste — atirei.
O corpo caiu feito saco.
Corri abaixado entre as sombras, o chão coberto de estilhaços de vidro.
Atirei mais duas vezes, cada disparo uma decisão calculada, um corte rápido no silêncio.
Outro homem veio do flanco esquerdo — eu girei o corpo, o cano acompanhando o movimento.
Um tiro no peito, outro na testa.
O porto inteiro virou inferno, e no meio do caos, o telefone vibrou no meu bolso.
“Agora não”, pensei, pressio