Capítulo 78
Luca Black
A noite descia lenta sobre os Alpes. Do alto da varanda do hotel, o horizonte se dissolvia entre neve e escuridão, como se o mundo inteiro fosse feito de gelo e silêncio. Apoiei o braço contra o batente da janela, cigarro aceso entre os dedos, assistindo as luzes da cidadezinha piscarem ao longe.
O dia tinha sido longo, cheio de verdades duras e lágrimas. Riley ainda carregava nos olhos o peso do que ouviu sobre a irmã. Eu conhecia essa expressão — a mistura de dor e incredulidade. Mas também conhecia meu papel: era eu quem segurava as rédeas, quem decidia quando ela podia sangrar e quando ela precisava se recompor.
Traguei fundo, o gosto amargo do cigarro me ajudando a segurar a fúria que ainda latejava em mim. Emma. Jackson. Aquela combinação venenosa. Eu podia mover montanhas para proteger Riley de inimigos declarados. Mas lidar com traição vindo de dentro — do sangue dela e do meu — exigia outro tipo de brutalidade.
Apaguei a brasa no cinzeiro e