Capítulo 152
Rúbia
Por um instante, tudo o que eu conseguia ouvir era o som do meu próprio coração — rápido, desesperado, tentando não quebrar dentro do peito.
Derrick ainda estava ali, na porta. O olhar dele queimava, e a toalha pendia torta na cintura, como se até isso fosse um detalhe que ele esqueceu por causa da raiva.
Eu não sabia o que responder:
— Só pode ser um milagre... — murmurei, com a voz trêmula. — Derrick, eu juro.
Ele soltou um riso curto e frio.
— Milagre? Que palhaçada é essa, Rúbia? — o tom dele era ácido, carregado de descrença. — Quer que eu acredite em milagre agora?
— Derrick, não debocha, por favor — pedi, tentando manter a calma, mas a voz já embargava. — Você vai me deixar magoada. Eu também não faço ideia de como isso aconteceu, tá? Eu estou tentando entender, tentando não surtar... Então colabora.
Ele deu um passo pra frente, o olhar duro, quase clínico, como se analisasse um inimigo.
— Rúbia. Você me traiu?
Senti o chão sumir