Capítulo 102
Emma Collins
O carro parou com um solavanco seco. O silêncio que veio depois me deu um calafrio, como se até o motor tivesse se recusado a roncar naquele lugar. O motorista girou para mim, um homem que não disse sequer uma palavra durante todo o trajeto. Os olhos escuros me analisaram por um segundo antes de ele destravar a porta.
— Chegamos. — a voz saiu baixa, quase impessoal. — Desça.
Olhei pela janela antes de obedecer. O cenário não tinha nada a ver com o que eu esperava: não era um galpão ativo, cheio de vida e movimento clandestino como eu imaginava que Jackson frequentaria. O lugar parecia esquecido pelo tempo, uma parte do Brooklyn onde a ferrugem já tinha vencido o ferro e o mofo respirava melhor que as pessoas.
O “Armazém C”, como ele dissera, era um retângulo de tijolos desbotados, janelas rachadas, portas de ferro corroídas. A rua estava vazia. Só o vento, carregando o cheiro de óleo velho e maresia.
O coração bateu mais rápido. Por um segund