Capítulo 56
Riley Collins
Acordei com o som seco do cinto sendo afivelado. A primeira coisa que vi foi Luca, já de pé, de costas para mim, se vestindo. Ombros largos, postura ereta, o rosto refletido no espelho da cômoda — sério, de novo. Sem traços do homem da noite anterior. O peito me apertou um segundo, mas logo lembrei da forma como ele me segurou, da voz rouca me chamando de “boa garota”. Sorri sem querer, lembrando do quanto tinha doído e depois virado prazer.
Quando abri mais o sorriso, ele virou a cabeça devagar. O olhar dele veio seco, certeiro, quase um disparo.
— Por que está rindo? — a voz baixa, dura. — Eu não proibi?
O coração vacilou, mas a boca respondeu rápido.
— Claro, chefe. — engoli seco. Nem tentei justificar. Quando ele começa com a mania de implicar, é melhor não cutucar.
Ele ajeitou a gravata como quem não ouviu.
— Se apresse. Está atrasada. — Um comando frio.
— Hm. — resmunguei baixo.
O peso do silêncio ficou no quarto até ele com