aquele momento, eu estava nas arquibancadas assistindo à corrida do Otávio. A atmosfera era eletrizante por todos os lados, o público gritava animado pelos seus pilotos favoritos.
Era a prova decisiva pelo título, então o clima estava ainda mais acalorado.
Por isso, nem percebi a silhueta que se aproximava devagar, saindo de um canto mais afastado.
Quando vi Vitória, grávida, ajoelhando-se na minha frente, levantei num sobressalto.
— O que você está fazendo aqui?
Eu não tinha contado a ninguém onde estava. Como ela conseguiu me encontrar?
Antes que eu pudesse pensar melhor, ela veio chorando na minha direção, tentando me abraçar. Levei um susto e me afastei rapidamente.
Já tinha caído numa armadilha dela antes. Agora, com ela grávida, eu precisava redobrar o cuidado.
Se algo acontecesse e ela me acusasse, seria impossível me defender.
Vitória percebeu minha reação. Ficou paralisada por um segundo, mas logo voltou a chorar, se agarrando ao papel de vítima:
— Por favor, devolve o Thales