— Tudo o que você disse foi da boca pra fora, não foi? Você, uma pessoa tão gentil. Como conseguiria dizer algo assim?
Thales me olhava quase como se estivesse suplicando. Era a primeira vez que via esse tipo de expressão nele, tão parecida com a de Otávio, quando me mostrou uma pintura antiga minha e perguntou, com um ar magoado, se eu ainda tinha um noivo.
Mas quando Otávio fazia isso, era encantador.
Quando Thales tentava, me dava nojo.
Achava que essa era a diferença entre amar e não amar.
Então empurrei a mão dele com firmeza, sem hesitar.
— No dia em que você ameaçou a minha vida pra me forçar a assinar, qualquer sentimento entre nós acabou.
Thales abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada. Já não importava o que ele dissesse, tudo soava vazio. Nunca passou pela cabeça dele que alguém que o amava tanto um dia pudesse ir embora.
Mesmo que um dia eu descobrisse sobre ele e Vitória, ainda assim ele achava que conseguiria me convencer.
Mas agora tudo tinha mudado.
Se fosse forçado a