Ziguezagueando pelo tráfego, fazendo ultrapassagens ousadas pela esquerda e direita, faço de tudo para chegar rápido em casa. Cada segundo parece uma eternidade.
Assim que entro no hall, o burburinho de vozes chega até meus ouvidos. A temeridade se instala em meu peito. Avanço com cautela e, ao ver Sila chorando nos ombros de Kayra e meu pai pálido, sentado no sofá, uma onda de desespero me toma. Mentalmente, solto um palavrão em turco. Imediatamente, todos percebem minha presença e me olham, como se esperassem o pior.
— Ah, que bom que está aqui! Queremos ouvir sua versão de tudo o que Sila, sua noiva, nos contou. — Meu pai diz, com as mãos trêmulas e uma expressão abatida.
Sinto meu rosto endurecer ao responder:
— Ex-noiva. Terminamos.
O choro de Sila ecoa alto pela sala, e meu pai estreita os olhos, tentando entender.
— Então é verdade? — ele pergunta, com uma voz que mal sai.
— Emily? — Kayra me encara, confusa e em choque. — Você se envolveu com ela?
— Sim, ele me disse esse nome