O relógio marcava 8h30 da manhã quando Caio estacionou o carro preto em frente a um edifício discreto no Setor Judiciário Sul, em Brasília. A estrutura cinza, sem identificação aparente, era uma das muitas instalações do Ministério Público Federal usadas para reuniões confidenciais. Nenhum repórter, nenhum segurança visível — apenas a sombra da burocracia pairando no ar.
Júlia olhou para o prédio com um misto de ansiedade e determinação.
— Acha que podemos confiar nesse promotor? — ela perguntou, enquanto descia do carro.
— Não tenho certeza. Mas se ele realmente reabrir o caso, temos que estar prontos para qualquer coisa. Inclusive para ajudar no que for possível. — Caio respondeu, fechando a porta com firmeza.
Eles atravessaram o saguão vazio até um elevador discreto, onde um homem de terno cinza, usando crachá apenas com a inscrição "Visitante", os aguardava. Sem dizer uma palavra, ele fez sinal para que o acompanhassem.
O elevador subiu dois andares até um corredor simples, ilumin