Rafael
Estou na lateral do tatame, observando Beatriz e Priscila trocarem golpes. O suor já escorre pelo rosto de ambas, e as respirações estão pesadas. Estão no limite, mas não é suficiente para mim. Ainda não.
— Mais rápido, Priscila! – grito, minha voz firme como uma lâmina.
— Você acha que no campo vão te dar tempo para pensar? Mova-se!
Ela estreita os olhos, irritada, mas obedece, girando para escapar do golpe de Beatriz. É exatamente isso que quero. Quero irritá-las, quero empurrá-las para o ponto onde cada fibra do corpo grita por descanso, onde a mente começa a se desesperar. É nesse lugar que a verdadeira força aparece.
Beatriz, por outro lado, mantém a compostura. Está sempre tão controlada, tão confiante. Quero quebrar isso.
— Beatriz, é só isso que você tem? Achei que estava em forma. — provoco, e vejo um lampejo de raiva em seus olhos. Perfeito!
Elas continuam se movendo, o som das pancadas ecoando pelo espaço. Priscila se desequilibra por um segundo, mas se recupera rá