Dois dias depois
Marcos
Estou no carro com minha filha, a Vívian, enquanto seguimos para a mansão de um homem que, se o mundo fosse justo, nunca teria alcançado o poder. Ele renunciou hoje cedo, chorando na televisão, alegando que precisava “proteger a família” e “repensar suas escolhas de vida”. Palhaçada. Sabemos exatamente o que ele é, mais um nojento que lucra com a dor de inocentes.
— Está pronta? — pergunto, observando Vívian pelo retrovisor.
Ela, sentada no banco de trás, verifica o pente da pistola antes de colocá-la no coldre. Seus olhos determinados me enchem de orgulho, mas também me lembram da linha tênue que atravessamos todos os dias.
— Sempre, pai. — O tom dela é calmo, mas a tensão em sua postura diz tudo.
— Lembre-se, sem erros, sem pressa. Precisamos resgatar a garota e deixar o restante para Liam.
Ela apenas assente. É uma jovem de poucas palavras quando o momento exige seriedade.
Quando chegamos à mansão, estaciono o carro a uma quadra de distância. A propriedade e