Ramiro
A noite em Brasília está tão quieta que chega a ser inquietante. Eu olho para o espelho do banheiro, ajeitando a gola da minha camisa preta, e vejo o reflexo de um homem que, apesar dos anos, não perdeu a forma. Corpo firme, esculpido por uma rotina que não tolera desculpas, treinos diários, disciplina e alimentação regrada. Mas a verdade é que eu não suporto essa calmaria. Ela me devora por dentro. Por isso decido, hoje vou trabalhar na boate Luxor.
Pego meu celular e mando uma mensagem para Rafael:
“Vou monitorar a Luxor de perto hoje. Melhor prevenir do que remediar.”
A resposta vem rápido, curta e objetiva: “Ótimo. Confio em você.”
Com um sorriso discreto, escolho o meu relógio mais elegante, borrifo o perfume que sempre chama atenção, e deslizo as armas no coldre de forma quase automática. A adrenalina do possível começa a pulsar nas veias enquanto dirijo pelas ruas vazias, o ronco do motor quebrando o silêncio da cidade.
Na Luxor, o ambiente ainda está em preparação. A mú