Beatriz
Acordo, me espreguiço e por um segundo, tudo parece normal como sempre. A luz da manhã entra suave pelas frestas da cortina, e o quarto está silencioso, calmo. Logo o som das risadas das crianças estarão ecoando por toda a nossa casa.
A nossa família é linda feliz, faço questão que a felicidade continue fazendo morada aqui conosco.
Repentinamente sinto algo estranho, um nó na garganta, então me me viro para o lado, algo não está certo.
Rafael não se move. Chamo o seu nome, pausadamente, num sussurro, na esperança de ouvir sua resposta, mas nada.
Uma sensação fria me invade, subindo do peito para a garganta enquanto toco seu rosto. Ele está ali, mas ao mesmo tempo, não está. A realidade começa a se desenhar diante de mim com uma clareza cruel. Meu coração acelera, cada batida ecoando em desespero, mas é como se o mundo ao redor se tornasse distante, abafado.
Minhas mãos tremem enquanto acaricio seu rosto, meus dedos deslizem sobre a pele fria dele pela última vez, buscan