Ele foi se vestir e deitou no outro quarto, passou a noite atormentado pelo beijo. Quando finalmente se arrastou para o quarto, já era madrugada. Ele encontrou Marvila na cama. Ela não estava apenas acordada, estava deitada de lado, encolhida, com o rosto molhado de lágrimas silenciosas.
Ele sentiu o impulso de fugir de novo, mas a visão da sua tristeza era mais forte do que a sua culpa. Ele deitou-se de costas para ela, na beira da cama, como de costume, mas a proximidade era insuportável.
— Não precisa disso. Ficar assim. — disse ele, com a voz baixa e cansada.
— Não precisa chorar.
Marvila respondeu com a dor real da rejeição.
— É difícil, Dom. É muito difícil.
Ele suspirou, virando a cabeça o suficiente para que ela visse seu perfil.
— Eu não quero te enganar. — disse ele, num tom de súplica.
— Não é justo com você. Não é justo que você pense que eu sou algo que eu não posso ser. Eu não posso te dar a expectativa de um casamento normal.
— Mas eu não estou pedindo um casamento no