Marvila ainda enxugava discretamente as lágrimas quando murmurou, com a voz baixa e carregada de gratidão:
— Obrigada, Dom… por tudo que você está fazendo por mim e pela minha bebê. Eu não sei como vou retribuir, mas eu vou. Vou cuidar da sua casa, trabalhar para você, te fazer companhia.
— E todos os dias eu peço a Deus para te abençoar e tirar esse luto que você carrega. Você merece paz. Recomeçar.
— A sua vida, importa.
Ele respirou fundo, sentindo o coração apertar.
— Eu entendo, Marvila… mas pra isso eu preciso reagir. Preciso querer ficar bem. E isso só depende de mim.
— E é aí, que mora o problema. Sinto que não... olha, eu desisti a muito tempo.
Ela se aproximou e o abraçou afetuosa.
— Não pode. Desistir!
O silêncio caiu por alguns segundos, cheio de significado, ele correspondeu desconcertado, sentindo o calor do corpo dela, a barriga no meio.
Dom se levantou e a acompanhou até o quarto, dizendo que o dia seguinte, seria cheio de surpresas. Na porta, trocaram um “boa noite” s