Assim que deixou o quarto dele, Marvila foi para o dela. Estava apenas de top, a barriga descoberta ainda marcada pelo brilho do óleo que Dom havia passado na noite anterior. Sentiu-se exposta, corou e apressou-se em vestir um vestido simples dela. No banheiro, lavou o rosto com calma, tentando se recompor. Passou alguns minutos ali, pensativa, encarando o próprio reflexo. Seu coração estava confuso, entre gratidão, medo e uma estranha curiosidade sobre Dom.
Quando saiu, a casa estava em silêncio, exceto pelo som distante da chuva que agora caía mais fraca. Ao sair do banheiro, Marvila avistou os cacos de vidro do copo quebrado durante a madrugada. Instintivamente, abaixou-se e começou a juntar os pedaços, apoiando-se com dificuldade.
Dom surgiu na porta, vindo do quarto dele, e parou ao vê-la agachada.
— O que você está fazendo, Marvila? — disse, com a voz firme, mas não ríspida.
— Não! Deixe isso, eu vou limpar. Você não pode se abaixar desse jeito.
Ela ergueu o rosto, surpresa, mas