O silêncio depois do choro de Marvila pesava nos corredores da casa. Dom ficou no quintal por alguns instantes, olhando a terra espalhada, os vasos quebrados, e sentiu o peso do arrependimento cair sobre seus ombros. A raiva havia passado, restando apenas a vergonha de ter descontado em quem não merecia.
Entrou devagar, lavou as mãos e o rosto, tentando se recompor. Abriu uma das sacolas que trouxera e retirou uma lata de refrigerante e uma caixa de bombons. Não sabia ao certo como se desculpar, mas precisava tentar.
Caminhou até o quarto de hóspedes. A porta estava fechada, mas ele ouviu o choro abafado de Marvila lá dentro. Bateu levemente.
— Marvila… — chamou, com a voz baixa.
— Posso entrar?
Não houve resposta. Ele esperou alguns segundos, com o coração apertado, e abriu a porta devagar.
Ela estava encolhida na cama, deitada de lado, abraçada à barriga. Com o rosto molhado de lágrimas ainda mostrava o quanto estava chateada. Dom respirou fundo, aproximou-se e deixou a lata de refr