Marvila ficou paralisada, sem saber o que responder. O coração batia acelerado, e a sensação de estar sendo testada a sufocava. A mulher loira, ainda sorrindo com ar provocador, estendeu a mão com fingida cordialidade.
— Janete. — disse, com a voz doce demais para soar verdadeira.
— Amiga antiga do Dom.
Marvila apenas a cumprimentou, num aperto de mão breve e gelado. Sentia o olhar de Janete varrendo sua barriga como quem julgava cada detalhe.
Nesse momento, Dom se aproximou com uma garrafa de água. Entregou-o a Marvila, que bebeu rápido, tentando disfarçar o desconforto.
— Olá, Dom. — disse Janete, rindo com a mesma ousadia.
— Fiquei surpresa em te ver por aqui. E mais ainda em conhecer a… noiva.
Dom manteve o semblante sério, mas cordial.
— Janete. Quanto tempo.
Marvila observava em silêncio, cada gesto, cada palavra. A naturalidade dele parecia contrariar o que a loira havia insinuado. Mas a dúvida já tinha se instalado em seu peito.
— Pois é. — continuou Janete, ajeitando o cabelo